Uma solenidade no Santuário Arquidiocesano do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, marcou o Dia Mundial da Alimentação no último dia 16 de outubro.
A ação foi promovida pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), pelo Centro de Excelência contra Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP), pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), e pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), e com presença de autoridades de mais de 14 países.
O evento culminou com a iluminação no tom azul claro de monumentos como o Cristo Redentor, Arcos da Lapa, Estácio de Sá e o Castelo Fiocruz como forma de dar visibilidade à insegurança alimentar, que afeta 828 milhões de pessoas no mundo e está crescendo exponencialmente empurrada pela crise de custo de vida, conflitos internacionais e pelos impactos da COVID-19.
Em evento com mais de 40 autoridades de 14 países, agências das Nações Unidas e organismos internacionais defenderam a mobilização urgente contra a insegurança alimentar, que afeta 828 milhões de pessoas no mundo e cresceu nos últimos anos. O evento também chamou a atenção para a importância de garantir o acesso de toda a população a uma alimentação saudável.
No diálogo, os participantes citaram que os efeitos da pandemia de COVID-19, a guerra da Rússia contra a Ucrânia e as mudanças climáticas impactam a produção de alimentos em vários países e aumentam esse desafio global. Por isso, no dia 16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação (DMA2022), o monumento ao Cristo Redentor e outros locais icônicos do Rio de Janeiro foram iluminados no tom azul claro, cor que identifica no mundo todo a campanha contra a fome.
A iluminação foi feita com o apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro e do Santuário Arquidiocesano do Cristo Redentor. Também são parceiros o Mesa Brasil Sesc, a Fiocruz, o Pacto de Milão e o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec).
“Não deixar ninguém para trás – melhor produção, melhor nutrição, melhor ambiente e melhor qualidade de vida” foi o tema do DMA2022, que no Brasil é organizado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), pelo Centro de Excelência contra Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP), pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), e pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).
Representantes – “A crise climática impulsiona a fome global e é o maior desafio da nossa geração. Todos temos um papel a cumprir, desde escolher opções de alimentos que melhorem tanto nossa saúde quanto nosso sistema alimentar, até não abandonar hábitos saudáveis e trabalhar para que todos tenham acesso. Essa ação é urgente”, disse o representante da FAO no Brasil, Rafael Zavala.
Representando a Prefeitura do Rio de Janeiro, o secretário de Saúde, Daniel Soranz, reforçou a necessidade de ações urgentes e coletivas para garantir alimentos saudáveis, exaltando também a necessidade de fortalecer cadeias curtas de consumo e políticas como a de alimentação escolar. “O acesso a uma alimentação adequada e saudável é um direito humano. Governos, sociedade civil e o setor privado desempenham um papel crucial no processo de desenvolvimento e transformação dos sistemas agroalimentares, especialmente em um contexto de crise climática, que ajuda a empurrar milhões de pessoas para a fome”, complementou o representante do WFP no Brasil, Daniel Balaban.
“Transformar os sistemas alimentares é fundamental para um desenvolvimento inclusivo, sem deixar ninguém para trás. Uma transformação rural bem-sucedida é uma transformação rural inclusiva. Mulheres, jovens, povos indígenas e comunidades tradicionais estão entre as populações rurais mais vulneráveis. Suas visões, experiências e soluções são chaves parasistemas alimentares mais saudáveis e sustentáveis”, disse o analista de programa do FIDA, Julio Worman.
“O aumento da insegurança alimentar e a situação climática global apresentam uma grande ameaça para todo o planeta, e devem ser abordados com profundidade e urgência. Este é um daqueles momentos que chamamos de ponto de inflexão, quando as decisões que tomamos podem mudar a direção de nossas vidas”, disse o coordenador de Operações do IICA,Christian Fischer.
Paulo Gadelha, coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030, afirmou que a segurança alimentar é a questão basilar que reúne todo o modo de organizar a sociedade e a vida, demandando uma resposta contundente. “O que levou o Brasil voltar ao Mapa da Fome? Como podemos depois de tanto sucesso e tantos avanços? É o momento da conjunção de esforços, da tomada de consciência e de uma chamada para ação”, disse, afirmando que a Fiocruz colocou a Agenda 2030 como uma de suas prioridades.
Internacionais – Também estiveram presentes prefeitos, vice-prefeitos e representantes das cidades de Addis Ababa, Austin, Birmingham, Chicago, Copenhague, Los Angeles, Milão, New Haven, Ougadougou, Quelimane, Quezon e Yeosu. Este ano também são apoiadores do DMA2022, o Pacto de Milão e o 8º Fórum Global de Milão sobre Política Alimentar Urbana, que acontece no Rio de Janeiro de 17 a 19 de outubro, com patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro, cuja proposta é colocar os sistemas alimentares no centro da agenda de meio ambiente.
O prefeito de Quelimane, em Moçambique, Manuel Araújo, contou que estar no evento foi uma oportunidade histórica por ser uma celebração desta data em língua portuguesa. A vice-prefeita de Milão, Anna Scavuzzo, disse que a insegurança alimentar é um desafio em todo o mundo e que é preciso reafirmar a importância do direito humano à alimentação para todas as pessoas.
“Por meio de seus inúmeros trabalhos sociais, o Santuário Arquidiocesano do Cristo Redentor estimula o combate à fome, em resposta ao segundo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS 2) da Organização das Nações Unidas. Acreditamos que a adesão a esta proposta representa a preocupação que o Cristo Redentor possui em estar alinhado à Agenda 2030, favorecendo a erradicação da fome e a promoção humana”, destacou o reitor do Santuário, Padre Omar.
Acender das Luzes – Após a solenidade no Santuário Arquidiocesano do Cristo Redentor, foram iluminados no tom azul claro, cor que identifica a campanha do DMA2022, o monumento ao Cristo Redentor, os Arcos da Lapa, o monumento Estácio de Sá e o Castelo Fiocruz.
Também este ano, em parceria com o DMA, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) divulgou a nova versão do Mapa das Feiras Orgânicas, que foi atualizado e agora conta com 1.040 feiras cadastradas e georreferenciadas em todo o Brasil, além de novas funcionalidades, para que toda a população possa facilmente identificar as feiras orgânicas mais próximas de suas casas.
“A feira é um importante canal de abastecimento onde predominam alimentos saudáveis, regionais e que valorizam a biodiversidade. É também um espaço de fomento para relações mais justas e próximas entre produtores e consumidores, e especialmente as orgânicas e de base agroecológica, como caminhos necessários na transição para sistemas alimentares que promovam saúde e sustentabilidade”, explica o coordenador do programa de Consumo Sustentável do Idec, Rafael Arantes.
#HeróisDaAlimentação – Outra ação do DMA2022 foi o evento #HeróisDaAlimentação durante a manhã de domingo na tradicional Feira da Glória, no Rio de Janeiro. Durante a ação, a chef Regina Tchelly, do projeto Favela Orgânica, promoveu a oficina “Aproveitando Alimentos até o Talo”.
Regina é cozinheira, empreendedora social e se dedica a transformar a relação das pessoas com os alimentos e com o meio ambiente através da alimentação saudável e do combate ao desperdício. Durante sua oficina na feira, preparou farofa de batata doce e farofa de talos, oferecidas depois aos visitantes que acompanharam a atividade aberta ao público. “Gosto de dizer que faço comida de verdade acessível para todo mundo. Temos que trabalhar o ciclo do alimento, combater o desperdício e a fome. Todo mundo tem direito a uma comida de verdade e colorida”.
Outro parceiro do DMA este ano é o programa Mesa Brasil Sesc – Rede Nacional de Banco de Alimentos. “Se antes da pandemia o nosso desafio já era enorme, depois de 2020 a situação se tornou gravíssima, exigindo de todos nós medidas ainda mais enérgicas contra a fome. Não podemos ficar indiferentes à situação de 33 milhões de pessoas que não têm o que comer neste momento – 14 milhões a mais que em 2020. Isso é inaceitável em qualquer lugar do mundo, mas principalmente num país que é o maior produtor de alimentos do planeta”, destacou o presidente do Sistema Fecomércio RJ, Antonio Florencio de Queiroz Junior.